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Column #39 | PT

Author: Isaque Argolo | Creation Date: 2022-11-28 23:32:44


Data providers: Isaque Argolo.
Agora há pouco, terminou o embate entre Suíça e Brasil, pela segunda rodada da Copa do Mundo, em um confronto que poderia ser tranquiliamente mapeado antes mesmo da bola começar a rolar. Os sistemas, táticas e peças brasileiras foram completamente previstas para essa partida. Entretanto, as alterações não funcionaram, além do fato de que alguns jogadores da primeira partida performaram bem abaixo — Richarlison e Raphinha, por exemplo.
A Suíça realizou um jogo já previsto, o seu antigo ferrolho; o empate era uma vitória para os Suíços. Da mesma forma que a Sérvia, a equipe vermelha não oferecia perigo para o sólido sistema defensivo brasileiro, muito por conta de sua falta de incisividade e vertentes criativas para chegar à uma conclusão de arremates perigosos. O Brasil, por sua vez, entrou com um aspecto mais defensivo, lento, um jogo cadenciado e sem muita criatividade no meio-campo. A Seleção, ademais, foi muito pouco efetiva com as suas ações, portanto constantemente tendo trabalho com o sistema defensivo suíço. A FALTA QUE FAZ NEYMAR.
Antes mesmo da XXII. Copa do Mundo iniciar, já era esperado que Neymar realizasse uma função mais criativa para a equipe. Seria pelos pés de Neymar que o Brasil criaria as suas chances de gols, por mais que, ainda assim, ambos os ponteiros fossem constantemente acionados para realizarem suas ações individuais — principalmente Vinícius Junior. Contudo, sem o principal astro, o Brasil sofre sem a criatividade, portanto há de lançar as bolas do bloco defensivo diretamente para o ataque, principalmente visando ainda mais os ponteiros.
O meio-campo é incapaz de criar, apenas possuem peças para compor os espaços; não para pensar, executar uma jogada mais vertical por meio da qualidade técnica. O Brasil cria por meio dos lados, por meio dos ponteiros. Eles, ademais, não possuem constante apoio pelos lados, pois os laterais não possuem essa características, tornando, assim, o jogo ainda mais individual. AÇÕES QUE NÃO FUNCIONAM.
Tite escalou uma equipe demasiada defensiva para um adversário que jogaria em bloco baixo e que não teria muitas opções ofensivas. Assim como foi contra a Sérvia, o sistema defensivo brasileiro não foi testado contra a Suíça.
Fred não jogou bem, longe disso, parecia que estava cansado, lento, não agregava em jogada alguma. Paquetá passou longe de ser o a gente criativo, não foi bem. Raphinha, mais uma vez, performou bem abaixo do que poderia. Richarlison não é um Meazza, um centre-forward capaz de conduzir a bola até o gol. Richarlison é um jogador de arremate, do último toque na bola — aspecto que não aconteceu hoje.
As alterações, entretanto, em um aspecto geral, foram boas. Antony merece a vaga de titular pelo lado direito. Bruno Guimarães performou bem acima de Fred. Rodrigo, jogando centralizado, foi muito bem, participando, inclusive, de ambos os gols — o primeiro sendo anulado. O único que não esteve ao nível dos outros substitutos foi Gabriel Jesus. BRASIL NÃO TEM JOGADO BEM.
Em um aspecto geral, o Brasil ainda não jogou bem nessa edição, principalmente no primeiro tempo. Ambos os primeiros 45 minutos foram terríveis, com a equipe brasileira apresentando um futebol bem abaixo. De fato, as segundas metades são bem superiores, porém sem ainda aparentar algo próximo de um futebol capaz de igualar-se ao de outras seleções da primeira prateleira do futebol mundial. O Brasil apenas enfrentou seleções que já possuíam o seguinte enredo: fechar-se o máximo possível. Não pegaram uma seleção capaz de causar dandos ao sistema defensivo, ou com um meio-campo dominante, tático e altamente técnico — Espanha, por exemplo.
O Brasil segue vencendo — e provavelmente seguirá, já que a vitória contra Camarões é altamente provável — contra o segundo escalão para baixo. A Seleção, contudo, ainda precisa ser testada contra as outras candidatas à taça.