UM ARTISTA FRANCÊS NA ITÁLIA


Em campo, vestindo aquele belíssimo uniforme produzido pela Kappa, estava o camisa 21 do scratch bianconeri. Uma figura alta, de constituição física privilegiada e com um estilo de andar um tanto distinto. Sua notória calvície, ademais, o faz destacar-se de qualquer co-équipier. Com a bola nos pés, mormente, vê-se o que diferencia dos alheios: a forma como sua técnica foi apurada, com compleição de domínio da bola completamente diferente, um toque; um estilo único; um gesto técnico caracterizado por seu refino. Era arte reproduzida pelo mais atento e hábil dos mecenas.

Quando ele está com a bola sob maestria, uma aura confiante e, portanto, dominante, transmite ao espectador que ele sabe tudo ao seu redor. E a bola, por sua vez, está lá para obedecer o mais versátil de seus comandos. Ele gira, arrasta a bola para trás, muda de lado, encurta ou aumenta o tempo — ele é o maquinador, o cronometrista da partida. Ao seu bel prazer, ele lança uma ação que, por sua vez, enfeitiça o público.

A expressão ou aplicação da habilidade criativa e da imaginação humana, normalmente em uma forma visual, como pintura ou escultura, produzindo obras que serão apreciadas principalmente por sua beleza ou poder emocional. Isso pode parecer a definição do que é arte, mas é a definição de quem foi Zinédine Zidane.